A seguir temos o depoimento do Dr. Luiz Moura sobre a ação da Auto Hemoterapia em um caso, em que uma senhora foi picada por uma aranha armadeira.
Essa senhora, que aluga cavalos, dona Maura, e foi picada por uma aranha armadeira que é a pior das aranhas, pior do que aranha caranguejeira, viúva negra, pior do que essas, embora seja pequena, ela se chama armadeira porque ela da um bote, ela é marrom e dá um bote, ela gosta de viver no meio de madeira velha e lá como é frio no inverno tem sempre madeira pra usar nas lareiras, e ela foi picada por essa aranha, na perna, e ai gangrenou a perna dela e aí, … realmente… só se via ossos, tíbia e … só se via os ossos, então como não tinha antídoto o instituto Butantã manda que ampute, por não ter antídoto, então ela foi para Santa Casa amputar, mas na hora, agora é o caso curioso que eu vou contar , porque é interessante as brincadeiras, … a dona Maura é uma pessoa…estranha mesmo, muito engraçada, mas merece contar… e ela foi certa, ela fez o que é certo, só que ela não entendeu bem o que era o motivo, então ela foi lá para amputar a perna, e na hora, ela pensou que era um curativo que iam fazer, quando disseram, ela já amarrada na mesa de operações, que era para cortar a perna, ela começou a gritar e pediu pra que a soltassem, disseram que não, que ela ia morrer se não amputasse a perna, então ela pediu que viesse lá na Santa Casa, que chamassem o delegado e ele veio e disse pra ela, bom, se a senhora assinar um termo de responsabilidade os médicos lhe liberam, mas a senhora vai ter que assinar um termo de responsabilidade, porque eles dizem que a senhora vai morrer gangrenada, e ela resolveu assinar, e voltou para Mauá pensando em morrer.
E aí, me mandaram, e eu fiz a Auto-hemoterapia nela, só que eu me lembrei aí juntei mais outro recurso, me lembrei que tinha um médico francês cirurgião de guerra de 14(1914) à 18(1918) que chamava-se ‘Pier Dulbet’ (?), que salvou inúmeros membros amputados com uma solução com cloreto de magnésio que ele fazia com 20 gramas com 2 litros de água para ficar isotônico. Ele lavava as feridas com esse cloreto e ele salvou inúmeras pessoas que tinham gangrena, então eu acho que juntou as duas coisas, a ação dessa solução que funcionava como um poderosíssimo desinfetante e a auto-hemoterapia que funciona como um poderoso estímulo imunológico, então juntou as duas coisas e em mais ou menos em duas ou três semanas a dona Maura estava com a perna curada. Mas e aí, vem o lado da brincadeira, ela marcou consulta no médico, que estava fazendo o que o instituto Butantã mandava fazer. Então marcou consulta lá no consultório particular do médico, esperou ter bastante gente na sala e disse para o médico: olha a perna que o senhor me ia cortar era essa aqui! Mas, ela é fazendeira então ela disse assim: se o senhor há muito tempo não cortava a perna de ninguém, e precisava praticar na minha perna, era só me dizer que eu trazia um porco e o senhor teria quatro pernas pra amputar. Essa é Dona Maura, ela fala o que ela pensa mesmo, achou que… mas não foi nada disso… O médico achou que tinha que amputar mesmo, mas ela… interpretou que ele queria praticar na pena dela. Que há muito tempo ele não amputava a perna nenhuma..
TEXTO RETIRADO DO DVD DO DR. LUIZ MOURA
Rio de Janeiro, 11 DE JANEIRO DE 2006 Créditos do Vídeo Câmeras: Lincoln Caldas, Francisco Carlos Ramos Fernandes. Sonatas: Mozart Interpretação: Adelaide Moritz Agradecimentos: Dra. Vera Moura e Regina Rodrigues Chaves Edição: Fernando Marcolini Roteiro, produção, direção: Ana Martinez, Luiz Fernando Sarmento
Dr. Luiz Moura (*1925 † 2016)
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